O livro apresenta um percurso pela defesa do direito à comunicação por parte das rádios comunitárias e uma proposta sobre como transferir essa defesa para o ambiente digital. As rádios comunitárias sempre acompanharam a defesa dos territórios e dos bens comuns. Desde seus micrófonos, elas denunciaram as falsas promessas das mineradoras e denunciaram como sua exploração contaminava os rios; apoiaram a organização vecinal que lutava por uma vida digna nos bairros periféricos das grandes cidades; amplificaram as reivindicações dos camponeses frente ao ecocídio dos cultivos extensivos de palma africana; e reivindicaram um espectro radioelétrico mais diverso que reflete a realidade e a cultura de suas comunidades.
Hoje, esses territórios continuam sendo saqueados. Mas o perigo e a ameaça se estendem aos territórios digitais que habitamos cotidianamente. Entre as fronteiras da Internet também existem forças que colonizam e mercantilizam todos os aspectos de nossa vida. E, da mesma forma, a cidadania resiste e se organiza ao lado de iniciativas que constroem autonomia e sobriedade tecnológica. É urgente politizar a tecnologia e imaginar formas de resistência que garantam também o exercício do direito à comunicação nos territórios digitais. As rádios comunitárias têm um papel fundamental diante desse desafio.
Autor
Binder, I. & Gago, S. (Eds)
Ano de publicação
2021
País / Região de foco
América Central/Caribe
Complexidade
Aborda elementos básicos do assunto, sem necessidade de conhecimento prévio